Compartilhe
Temas formativos relacionados: Técnicas de Restauração, Segurança Alimentar, Biodiversidade, Comunidades.
Contexto: Atualmente as hortas comunitárias, e escolares, deixaram de ser novidade e passaram a ocupar um lugar de destaque em muitas escolas e comunidades. As hortas por si só sempre foram bem presentes na vida de muitos de nós. Há cidades que contam com diversas hortas privadas produzindo alimento pertinho do consumidor final, onde o produtor é também o vendedor ambulante que comercializa a produção.
Mas, embora seja animador ver espaços verdes produzindo alimentos em nossas cidades, atraindo fauna e conectando pessoas com a natureza e umas com as outras, uma horta não é capaz de restaurar um ecossistema. A diferença é conceitual e prática. Vejamos!
Uma horta tem como definição a produção de olerícolas, vegetais de ciclo curto que incluem hortaliças, raízes, bulbos, etc. O impacto que esse tipo de cultivo tem na restauração é limitado, pois a forma de manejo, na maioria das vezes, não permite a polinização e contribui muito pouco para a biodiversidade e captura de carbono.
Mas o plantio e cultivo desses vegetais pode e deve ser feito, desenvolvendo com sua comunidade reflexões, por exemplo, acerca da produção de alimentos em escala comercial, a pouca variedade destes cultivos, a perda de conhecimentos sobre as plantas alimentícias não convencionais, o problema da monocultura, a erosão genética das espécies crioulas reduzida pelo desenvolvimento de espécies comerciais entre outras discussões pertinentes. Essas reflexões irão desenvolver em sua comunidade os conhecimentos necessários para o próximo passo – um mini sistema agroflorestal (SAF) em sua escola ou em algum lugar que disponha de algum espaço livre de construção.
SAF é a sigla para sistema agroflorestal, um conjunto de técnicas agrícolas baseadas em práticas ancestrais e científicas. Ele garante uma agricultura biodiversa que consorcia espécies arbustivas e arbóreas nativas ou exóticas, cultivos tradicionais variados voltados à exploração econômica e restauração, garantindo a preservação de espécies arbóreas ameaçadas e benefícios para a fauna da sua região.
No SAF o espaço que as plantas ocupam no solo, na parte aérea e o tempo de desenvolvimento das plantas, bem como sua fisiologia são consideradas. Plantas de ciclo curto podem ser cultivadas inúmeras vezes até que uma árvore frutífera nativa comece a dar frutos, plantas anuais como a mandioca e milho, além da bananeira, podem ser plantadas em linhas específicas, fornecendo alimento de forma periódica e dado o seu crescimento rápido, produzirão sombra, umidade e matéria orgânica para espécies mais exigentes.
Existem inúmeras possibilidades de plantio em um SAF, sendo assim propomos um roteiro de estudos e um breve passo a passo para desenhar o sistema.
Etapas
1. Análise da área (número de horas de sol direto, orientação leste-oeste dos canteiros)
2. Definição de um objetivo, atração de aves e abelhas nativas, por exemplo.
3. Desenho das linhas (sentido que permita a maior insolação possível para espécies de ciclo curto como as hortaliças).
4. Seleção de espécies e estratégia de plantio (mudas, semeadura direta ou combinação de ambas)
5. Execução e manejo
Recomendações didáticas
Produtos
Assim como uma horta é composta por canteiros e que um cultivo agrícola é organizada em leiras, na agrofloresta é igual. Desta forma, é esperado que cada grupo, ao final do período de entrega dos projetos, tenha implementado ou realizado:
É altamente recomendado que, na escolha do local da ação, a escola e seus parceiros firmem o compromisso de destinar a área definitivamente para restauração.
Referências para aprofundamento: