Plano de Ação 03

Mitigação da Mudança Climática

Compartilhe

Ações para diminuir o efeito das mudanças climáticas

Temas formativos relacionados: Mudanças Climáticas, Escassez hídrica, Comunidades, Segurança Alimentar.

Desafio:

  • Desimpermeabilização de calçadas e logradouros no entorno da escola e comunidade;
  • Ampliar a arborização e implementar a agricultura urbana;
  • Ampliar o vínculo entre escola e comunidades, promover reflexões sobre mudanças climáticas em seu bairro, promover o conforto térmico diante das frequentes ondas de calor.
  • Descompactação do solo e aumento da infiltração (para áreas rurais).

Atividade sugerida e objetivo:

Promover na escola uma ação de mitigação e adaptação à crise climática por meio de mutirões envolvendo escola e comunidades para devolver a permeabilidade das calçadas, melhorar o conforto térmico das residências e evitar alagamentos futuros.

Objetivamente, a ação sugere a remoção de pavimento impermeável de calçadas para plantio de árvores nativas da região e plantas alimentícias de uso tradicional no entorno da escola e em um máximo de residências de estudantes e vizinhos.

O objetivo da ação é a mitigação das mudanças climáticas, tanto em relação a enchentes, no mais curto prazo, quanto em relação ao calor em médio e longo prazo. Para isso as ações devem:

  • Proporcionar redução da temperatura urbana (ilha de calor) por meio do sombreamento de ruas e calçadas;
  • Reduzir os impactos negativos de eventos extremos (redução da força dos ventos);
  • Aumento da infiltração da água no solo (maior tempo de permanência da água na paisagem, menor escoamento superficial e consequente redução de enchentes);
  • Cobrar do poder público ações mitigatórias e de adaptação às mudanças climáticas;
  • Aumentar a autonomia e segurança alimentar por meio da arborização frutíferas e plantio de espécies comestíveis tradicionais da região;
  • Promover maior qualidade de vida para a comunidade por meio de espaços mais acolhedores e atividades coletivas em contato com a natureza;
  • Aumentar a biodiversidade nas áreas urbanas, melhorando o equilíbrio ecológico e, consequentemente, a redução de pragas urbanas;
  • Aumentar a infiltração de áreas rurais e o aproveitamento das águas nas áreas rurais ou periurbanas.

Orientações gerais

  • Promover conhecimentos sobre os efeitos das mudanças climáticas, arborização e agricultura urbana: filmes, documentários, reportagens em vídeos sobre o tema, textos informativos, infográficos entre estudantes e comunidade. Aulas e eventos da escola podem ser usados para levar a discussão para vizinhos e comunidade escolar.
  • Escutar a comunidade sobre como as mudanças climáticas têm sido percebidas no local e quais medidas poderiam ser tomadas pelos moradores para mitigá-los. 
  • Adaptar, compor ou propor ideias para promover a mitigação dos efeitos da crise climática no entorno da Escola e a adaptação.
  • Organizar uma comissão para coordenar o “mão na terra” e mobilizar a comunidade, identificar moradores que aceitem receber a ação em sua calçada e planejar a execução da desimpermeabilização das calçadas e plantio de mudas.
  • Garantir a participação do poder público, seja na execução de parte das ações, seja no fornecimento de mudas, autorizando e ampliando as ações para a escala municipal, especialmente para áreas vulneráveis de seu município (sua equipe de restauradores pode, inclusive, identificar essas áreas e sugerir essas ações ao poder público);
  • Execução dos mutirões em cada residência;
  • Divulgar as ações e as expectativas a curto, médio e longo prazo para engajar cada vez mais gente.

Etapas

  1. Investigação, difusão de conhecimentos e escuta: É nesse momento que seu grupo de restauradores mobiliza a escola (demais estudantes, professores, lideranças do bairro e demais parceiros) para discutir os efeitos das mudanças climáticas em sua cidade e bairro. Organize:
  • Ações em sala de aula;
  • Ações de divulgação para difusão de conhecimentos para a comunidade (use faixas no entorno da escola, converse com as pessoas, use as redes sociais da escola, etc.)
  • Sessões de cinema documental;
  • Rodas de conversa;
  • Saídas pelo bairro com o objetivo de consolidar parcerias e identificar os melhores locais para ação, conforme os critérios para restauração de áreas degradadas (consulte texto formativo Técnicas de Restauração e outras fontes disponíveis).
  1. Ideação e prototipagem: nessa etapa, os alunos planejam e executam uma ação em uma área de calçada da própria escola. Essa ação pode implicar em: 
  • Planejamento, seleção da área, mudas, reunir parceiros, obter autorização, consentimento e apoio material ou humano do poder público;
  • Obtenção de mudas com fornecedores / doadores (pode ser a prefeitura, várias pessoas distintas, produtores, etc);
  • Convocação e planejamento de um mutirão;
  • Remoção parcial do pavimento da calçada;
  • Formação de canteiros lineares paralelos à sarjeta;
  • Plantio de mudas, preferencialmente de árvores frutíferas nativas e plantas alimentícias de interesse local;
  • Registro e documentação da ação;
  • Avaliação da ação e ajustes no planejamento;
  • Em áreas rurais, pensem em áreas próximas da escola que possam ser manejadas para melhor aproveitamento da água por meio de barraginhas, descompactação com adubação verde e cultivos como sorgo, milho, feijão-guandu, margaridão entre outras que possam aumentar a permanência da água no sistema e infiltração no solo.
  • recuperação de mata ciliar, nascentes, criação de jardins de água ou projetos de aproveitamento hídrico podem ser pesquisados e implementados.
  1. Ampliação da ação: A equipe de restauradores irá, nesse momento, conversar com os moradores das residências interessadas na ação e desenvolver outras ações que podem ser concomitantes ou não, a depender do número de participantes presentes. Aqui se manifesta a importância das etapas anteriores de investigação, difusão de conhecimentos, escuta e planejamento junto ao poder público para que as ações sejam rápidas e bem coordenadas. No dia da ação, é recomendável que:
  • O máximo de estudantes, professores e familiares participe, refletindo as ações iniciais, bem como o poder público;
  • A ação alcance mais de uma residência (família parceira);
  • A ação comece e termine em uma manhã;
  • As ações sejam documentadas.

4. Acompanhamento: Como sabemos, qualquer ação de restauração exige acompanhamento e manutenção. Obviamente, cada família que aderir à iniciativa participará desse processo, mas os estudantes precisam manter as pessoas mobilizadas e o monitoramento frequente e continuado da ação permite aos estudantes consolidar muitas habilidades e conhecimentos técnicos e interpessoais. As ações de monitoramento consistem em:

  • Visitas periódicas aos locais que receberam a intervenção;
  • Checar o desenvolvimento das mudas plantadas;
  • Checar o reafirmar o envolvimento das parcerias com o cuidado com o espaço criado (fortalecer os vínculos);
  • Repor espécies que não vingaram;
  • Avaliar as ações realizadas;
  • Checar os efeitos obtidos a curto (uso das espécies comestíveis), médio (melhora da qualidade de vida pelo uso do espaço pela comunidade) e longo prazo (redução da temperatura local).

Recomendações didáticas

  1. Na realização desse plano de ação ou de outra ideia que envolva a restauração para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas considere as metodologias de ensino baseadas em projetos.
  2. Instigue os alunos a observar o próprio território, pesquisar e refletir sobre como um fenômeno global pode ter causa e efeitos locais. Investigar sobre como as mudanças climáticas estão afetando sua comunidade é um conhecimento indispensável, inspira e ajuda a engajar apoiadores.
  3. É importante que cada aluno tenha espaço para se expressar, tempo e orientação para realizarem registros pessoais, autorais e trocarem entre si.
  4. Construam soluções que valorizem a comunidade e promovam autonomia e resiliência, para assim desenvolver a capacidade de visualizar e solucionar problemas de forma criativa e colaborativa.

Produto 

O produto que se espera desse plano de ação é um conjunto de espaços urbanos ou rurais transformados, capazes de minimizar os efeitos de ondas de calor, ventos fortes e tempestades, favorecer a infiltração da água no solo e transformar como pensamos a agricultura e a produção de alimentos. 

No mais, uma ação semelhante pode ser adaptada a áreas baixas de seu bairro sujeitas a enchentes, a áreas sem arborização visando a redução da temperatura local. Também podem ser mapeadas e requalificadas áreas com acúmulo de resíduos sólidos para eliminação de criadouros de mosquitos que tendem a se multiplicar mais rapidamente com as altas temperaturas e disseminar doenças evitáveis. Enfim, cada lugar terá uma necessidade e cada ação pode ser transformadora. 

Referências

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/02/16/cidades-esponja-conheca-iniciativas-pelo-mundo-para-combater-enchentes-em-centros-urbanos.ghtml

https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/fapesp-participacao-de-moradores-e-eficaz-em-combate-a-riscos-de-desastre-ambiental

Mais novidades

Loading...