Quebra de dormência e produção de mudas 

Tema formativo:  Serviços Ecossistêmicos; Técnicas de Restauração; Comunidades; Biodiversidade 

Desafio 

1. Organizar uma rede de coleta e/ou grupos de trocas de mudas e sementes.  

2. Envolver e conectar pessoas e comunidades em grupos temáticos para coleta, trocas de sementes e de produção de mudas.  

3. Organizar eventos de plantio em parceria com o poder público local em ações de compensação ambiental realizadas em seu município. 

Ação inspiradora  

Experimentos com a quebra de dormência de sementes movimentaram a escola CED Gisno, de Brasília, no Distrito Federal. Os estudantes produziram e distribuíram mudas de guapuruvu, ipês e flamboyant para plantio.  

A iniciativa parece simples, mas o tema é fundamental para a efetividade das iniciativas de restauração com plantio de mudas nativas. A escolha da técnica correta para “despertar” uma semente pode garantir o sucesso da produção de mudas. Certas espécies apenas germinam em condições especiais, como no interior de uma floresta, depois de serem parte da alimentação de aves e roedores, por exemplo, ou após um tratamento especial.  

Compreendendo essa importância, os alunos simularam as situações naturais, conseguiram produzir mudas de ipês, guapuruvus e flamboyant. Os estudantes do grupo puderam levar e plantar cinco exemplares e aprender que a restauração de ecossistemas é um rico campo de conhecimento.  

Atividade sugerida 

Para a organização de uma rede de coleta de sementes, será preciso realizar uma pesquisa de campo. Depois, as ações específicas para tirar a dormência podem ser feitas em pequenos espaços na própria escola. Muitas pessoas gostam destas atividades e as consideram terapêuticas.  

Além da coleta de sementes e dos estudos sobre as espécies coletadas (parte de pesquisa), os estudantes poderão produzir mudas destas mesmas espécies (aplicação do conhecimento).  

Etapas: 

Parte 1 – Pesquisa: 

1. Comece pelo diagnóstico do território. Identifique: 

1. o bioma da sua região 

2. forma predominante do uso do solo 

3. vetores de degradação ambiental e agentes responsáveis 

4. organizações e ações de proteção e defesa do meio ambiente 

2. Organize essas informações em um mapa conceitual, planilha ou outro registro 

3. Pesquise se há grupos coletores de sementes na sua região. Se sim, faça contato. Se não, você e membros da comunidade que conhecem a vegetação podem dar início a um pequeno grupo.  

4. Organize estudos de meio para: 

1. identificação de espécies (anote nome popular, local e, depois, pesquise nome científico e características das espécies); 

2. observação da sucessão ecológica e fenologia vegetal; 

3. eventuais coletas (tenham consigo embalagens para acomodar e identificar as sementes coletadas); 

5. Elabore um croqui com a localização das áreas de coleta e seus exemplares. No futuro, você poderá voltar e coletar novas sementes. 

6. Organize  uma Feira de Troca de mudas e sementes e aproveite para divulgar as ações dos estudantes.  

7. Aproveite datas comemorativas de sua comunidade para mobilizar a comunidade escolar, divulgar e fortalecer a iniciativas com a cessão de espaços para exercícios de restauração dentro do território da escola. Na escolha da área para intervenção, nascentes, encostas e cursos de água devem ser priorizadas; 

Parte 2 – Conhecimento aplicado 

1. Identifique as sementes que necessitam de técnicas especiais para quebra da dormência. Pesquise qual técnica se aplica e como realizar a semeadura.  

2. Preparação e plantio: organize um espaço para acolher o “viveiro” da sua escola.  

3. Reúna materiais necessários (sementes, terra, substratos, recipientes como bandejas de mudas ou recicláveis que podem fazer as vezes deste material). Também será necessário material para identificação (placas e caneta especial); 

4. Realize a semeadura, identifique os vasos com nome da espécie e data do plantio; 

5. Documente cada etapa e ação realizada com imagens ou em uma tabela; 

6. Realize a manutenção e regas regulares dos vasos e mudas; 

7. Observe quais sementes germinaram e faça observações sobre os processos de sucesso. 

8. Quando as mudas puderem ir para o solo, a escola pode contatar o poder público local e oferecer muda para compensação ambiental. Nesse caso, o responsável pela área fica responsável pela manutenção das mudas e a parceria com a escola pode aumentar o comprometimento das partes com o sucesso do plantio; 

9. A cada estação, realizar novas coletas de sementes e repetir todo o processo. 

Para realizar o desafio é importante entender e aprender sobre 

• mecanismos de reprodução dos vegetais 

• sucessão e interações ecológicas 
• biomas e ecossistemas brasileiros 

Divulgação 

Além dos registros para a competição na Restaura Natureza, você pode criar formas de divulgar o trabalho para a comunidade. Use cartazes, postagens nas redes sociais e mesmo conversas com outros públicos. Quanto mais gente participar e conhecer, maiores são as chances de cada semente virar uma árvore.  

Fontes de pesquisa e inspiração 

• GRUPO GUAPURUVU 1ª EDIÇÃO RESTAURA NATUREZA
• Rede de Troca de Sementes e Mudas Tradicionais – Agroecologia em Rede 
• O que é a Rede de Sementes do Xingu | REDE DE SEMENTES DO XINGU 
• Curso intensivo de viveiros e produção de mudas. – Portal Embrapa