Plano de ação 10

Jogar, aprender e agir! 

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Jogos ecológicos 

Temas formativos relacionados: Conservar, Comunidades e Técnicas de Restauração. 

Promover jogos coletivos são uma forma potente de ampliar o envolvimento dos estudantes em torno de temas que, para a sua compreensão, dependem de uma visão integradora dos variados atores sociais – público e privado – e não somente de um aspecto social. Com isso, se torna mais evidente que para diferentes ações há causas e consequências. É possível apreender, através de jogos, que, para uma restauração efetiva da natureza, os diferentes núcleos de uma sociedade precisam convergir em ações dialógicas e responsáveis e em prol do meio ambiente.  

Atividade sugerida: 

Elaboração de um jogo didático para promover aprendizados e ações na comunidade.  

Etapas:  

  1. Realizar um levantamento dos problemas ambientais mais significativos da sua cidade/comunidade/bairro. Para isso, observe a sua região e realize entrevistas com a maior quantidade possível de pessoas.  
  1. É importante que se escute os diferentes atores sociais. Para isso, além de colegas, professores e vizinhos, escolha quais públicos poderão participar da atividade. Sugestão: políticos, cientistas, empresários, moradores, ambientalistas, representantes de movimentos sociais, quilombolas, indígenas e comunidade escolar. 
  1. Organize quem serão as pessoas responsáveis por conversar com cada um deles.  
  1. Formule um questionário com questões que possam ser respondidas pelos públicos com a intenção de identificar qual o problema ambiental mais relevante e o que gostariam que fosse feito para solucionar o assunto.  
  1. Após a pesquisa, escolha o tema que mais apareceu durante a entrevista e analise se as soluções propostas são viáveis e efetivas do ponto de vista ambiental. Para tanto, é necessário estudar a raiz do problema, causas, consequências e a responsabilidade de cada público diante do problema. 
  1. Com o estudo, agora é a hora da criação do jogo. Para iniciar, elabore um contexto fantasia em que o desafio é solucionar o problema ambiental escolhido (se houver a possibilidade de se utilizar em uma situação real, melhor ainda!).  
  1. Os participantes dos jogos serão representantes dos públicos escolhidos na etapa 2 e eles deverão se locomover em um percurso com diferentes desafios. 
  1. Para a produção dos desafios, é importante pensar quais fatores/ações que incitam o aparecimento do problema ambiental. Por exemplo: se a escolha foi pela questão da produção de resíduos sólidos, é essencial que se coloque em pauta a questão do consumismo. Um desafio que pode aparecer sobre o assunto são as promoções “Black Friday” que promovem um consumo desnecessário e violento na exploração dos recursos naturais. Diante das promoções, qual a responsabilidade ambiental do cidadão? E do empresário? E do político? E assim por diante… 
  1. O jogo deve contextualizar as causas e consequências. É importante que esses fatores estejam interligados com as diferentes dimensões sociais, para que os jogadores consigam perceber que a restauração depende de ações coletivas.  
  1. O jogo pode ser produzido com recursos virtuais ou com recursos manuais. 
  1. Com a produção finalizada, agora é a hora de se pensar em como será possível criar o encontro de diferentes públicos para jogar. 
  1. A escola é o melhor lugar para promover esses encontros. Portanto, converse com a direção e coordenação da escola para organizar as sessões. 
  1. Convidar os entrevistados para participarem do jogo é essencial. No convite, é importante explicar o percurso feito, a importância do jogo e os objetivos do encontro. 
  1. Lembre-se que para cada rodada do jogo, é necessário a participação de pelo menos um representante de cada público escolhido. 
  1. Com os convites aceitos, os jogos poderão ser iniciados. É importante que os autores do jogo estejam presentes para auxiliar os participantes e realizar as rodas de conversa após o término do jogo. 
  1. As rodas de conversa deverão ser mediadas para abrir espaço de escuta e identificar o que foi possível de aprender. Essas informações deverão ser registradas para elaborar a última etapa do plano de ação.  
  1. Com a finalização das sessões de jogos, é importante analisar o que apareceu nos encontros e nas rodas de conversa. A partir disso, elaborar uma ação direta no meio e que possa contemplar a participação de todos os públicos, cada um com a sua responsabilidade, e com o objetivo de minimizar o problema ambiental. Por exemplo: se a escolha for sobre a questão de produção dos resíduos sólidos, pode-se pensar em possibilidades de pequenos comércios e mercados disponibilizarem recursos para que os compradores possam levar suas embalagens e evitar o consumo de plástico. Para isso, será necessário a parceria de políticas públicas, a disponibilidade dos donos dos comércios para repensar a sua gestão, a conscientização dos cidadãos, entre outros… 
  1. Com a formulação da proposta, é importante criar uma forma de comunicação das ideias para convidar os públicos a participar da ação. Por se tratar de um amplo grupo de pessoas, novos encontros e rodas de conversa deverão ser planejadas. É importante que a ação tenha abertura para mudanças e ajustes com base nas rodas de conversa dessa etapa. 
  1. No primeiro dia em que a ação for colocada em prática, pense na importância de celebrar com todos os participantes, registrar esses momentos e divulgar para que o público envolvido cresça e se diversifique cada vez mais.  

Se possível, busquem integração com elementos da natureza no jogo:

  • Incentive a inclusão de elementos da natureza no próprio jogo, como cartas representando espécies nativas, eventos climáticos extremos e desafios de conservação ambiental, proporcionando uma experiência imersiva e educativa para os jogadores;
  • Estabeleça como parte integrante das regras do jogo que os jogadores devem coletar materiais naturais, como folhas, sementes e pedras, para serem utilizados como recursos durante as etapas, promovendo assim uma conexão direta com o ambiente natural;
  • Crie desafios que envolvam a identificação de espécies de plantas e animais presentes na região, estimulando a observação e o conhecimento da biodiversidade local;
  • Incorpore elementos de ecologia e dinâmica de ecossistemas no jogo, permitindo aos jogadores experimentar os processos naturais do circuito ecológico e interações entre os organismos.

Crie um mapeamento colaborativo de áreas degradadas:

  • Desenvolva aplicativos e jogos educativos complementares que abordem temas específicos de restauração ambiental, como reflorestamento, recuperação de áreas úmidas e manejo sustentável de recursos hídricos;
  • Utilize tecnologias de mapeamento participativo, como aplicativos móveis e plataformas online, para permitir que os jogadores registrem e compartilhem informações sobre áreas degradadas em suas comunidades;
  • Integre ferramentas de geolocalização e realidade aumentada no jogo, possibilitando aos jogadores explorar virtualmente áreas degradadas e identificar oportunidades de intervenção e restauração;
  • Agregue sistemas de simulação e modelagem computacional no jogo, permitindo aos jogadores analisar cenários virtuais de restauração e avaliar os possíveis efeitos de diferentes estratégias de intervenção.

Para implementar desafios reais de restauração de ecossistemas:

  • Integre desafios reais de restauração no jogo, nos quais os jogadores são convidados a participar de atividades práticas, como plantio de mudas, remoção de espécies invasoras e monitoramento da biodiversidade, com impacto direto na restauração ambiental da região;
  • Organize jornadas de campo com formulações de quizzes com mutirões de plantio em áreas degradadas identificadas durante o jogo, proporcionando aos jogadores a oportunidade de participar ativamente de ações práticas de restauração ambiental;
  • Estimule os jogadores a desenvolverem projetos de restauração específicos com base nos desafios apresentados no jogo, fornecendo orientação e recursos para a implementação das iniciativas propostas;
  • Estabeleça parcerias com organizações ambientais locais e órgãos governamentais para fornecer suporte técnico e logístico às atividades de restauração realizadas pelos jogadores;
  • Ofereça prêmios e reconhecimento para os jogadores que desenvolverem os projetos mais inovadores e impactantes de restauração ambiental, incentivando a criatividade e o engajamento da comunidade;
  • Facilite o acesso à recursos e financiamentos para a implementação dos projetos de restauração propostos pelos jogadores, promovendo a concretização das iniciativas e o alcance de resultados tangíveis.

Gamificação do monitoramento ambiental:

  • Crie desafios semanais ou mensais relacionados ao monitoramento da restauração proposta no jogo, incentivando os jogadores a coletarem e compartilharem dados ambientais em tempo real;
  • Integrar sistemas de pontuação e ranking no jogo, premiando os jogadores que contribuírem com informações relevantes para o monitoramento ambiental e a tomada de decisões;
  • Desenvolva uma plataforma interativa e acessível para o acompanhamento dos resultados das ações de restauração realizadas pelos jogadores, incluindo mapas interativos, gráficos de progresso e relatórios de impacto;
  • Ofereça ferramentas de análise de dados e visualização de informações para permitir que os jogadores analisem e interpretem os resultados das atividades de restauração de forma participativa e colaborativa.

Desenvolvimento de indicadores de sucesso:

  • Estabeleça indicadores de sucesso adaptados às características locais e às metas específicas de restauração definidas pelos jogadores, considerando aspectos como a cobertura vegetal, a diversidade biológica e a qualidade ambiental;
  • Promova a participação dos jogadores na definição e avaliação dos indicadores de sucesso, garantindo a transparência e a legitimidade dos processos de monitoramento e avaliação.

Promoção de intercâmbio de experiências:

  • Após um período de desenvolvimento, compartilhamento e sucesso no jogo, organize encontros regionais para compartilhar experiências e boas práticas entre os jogadores, possibilitando a troca de conhecimentos, o networking e o fortalecimento da comunidade de prática em restauração ambiental;
  • Facilite a criação de grupos de trabalho temáticos e comunidades virtuais de aprendizagem, onde os jogadores possam interagir, colaborar e encontrar soluções para desafios comuns relacionados à restauração ambiental;
  • Empodere os jogadores como agentes de mudança e defensores do meio ambiente, incentivando-os a participar ativamente de processos de governança participativa, como conselhos ambientais, comitês de bacias hidrográficas e comissões de gestão de unidades de conservação;
  • Crie mecanismos de feedback e diálogo entre os jogadores e os tomadores de decisão, promovendo a escuta ativa e a transparência nos processos de gestão ambiental e planejamento territorial.

Divulgação: 

Além do registro que você fará no site da Restaura Natureza para concorrer aos prêmios, não deixe de divulgar o jogo e, principalmente, seus resultados. Quanto mais gente jogar e se inspirar, melhor deverá ser para a natureza. 

Fontes de pesquisa e inspiração:  

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