Plano de ação 14

Polinização dentro da lei

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Temas formativos relacionados: Leis que protegem, Serviços ecossistêmicos, Povos Originários.

É cada vez mais frequente ouvirmos notícias sobre a morte de colmeias de abelhas mundo afora. Abelhas são insetos polinizadores, dos quais dependemos para a produção de alimentos e seus principais inimigos são produtos usados para combater pragas e doenças na agricultura comercial, os famosos agrotóxicos ou defensivos químicos. A morte e redução no número de colmeias reduz a produtividade agrícola. A menor oferta de alimento compromete a segurança alimentar de populações e também causará perdas na economia de países que têm na agricultura parte importante de sua riqueza, como o Brasil. Além da agricultura, as abelhas são fundamentais para a polinização de florestas nativas. Seu desaparecimento poderia desencadear a morte de ecossistemas. Por outro lado, a criação doméstica de abelhas – chamada meliponicultura -, com interesse econômico ou não, é uma atividade em ascensão no Brasil. Por esse motivo, um conjunto de normas ambientais têm sido criadas para regulamentar a atividade e ajudar na proteção e preservação dessas espécies.

Para realizar esta ação é importante entender sobre

  • Abelhas nativas e a importância econômica e ecológica das abelhas
  • O risco representado pelo uso indiscriminado de agrotóxicos
  • A importância da manutenção das florestas em pé e do reflorestamento com espécies nativas
  • Interações ecológicas 
  • O novo código florestal e as regras para o licenciamento ambiental
  • O Sistema Nacional de Unidades de Conservação e as Terras Indígenas

Etapas para o melipolinário:

1. Se você não sabe nada sobre abelhas nativas, pesquise um pouco antes. Que tal começar com uns vídeos da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Agropecuária)? Veja os links nas sugestões de fontes de pesquisa.

2. Agora que você já conhece um pouco mais sobre as abelhas nativas e sua importância, informe-se sobre a legislação específica para sua criação.  

3. Converse com pessoas mais velhas da sua escola ou vizinhança sobre as espécies nativas mais comuns na sua região e descubra possíveis criadores (meliponicultores). Cuidado, não confunda meliponicultura com apicultura (que é a criação da abelha apis, que não é nativa!)

4. Crie um meliponário na escola ou comunidade – os meliponicultores mais inspiradores afirmam que a melhor forma de começar uma criação de abelhas nativas é por meio de iscas pet. Esse é o caminho que sugerimos para você. Então, mãos em ação!

  1. De acordo com legislação de seu estado, talvez seja necessária uma autorização para instalação de iscas para captura de enxames. Descubra qual é o órgão responsável em seu estado, encaminhe tudo o que for possível para obter a autorização ou talvez até apoio. 
  2. Pesquise vídeos e tutoriais sobre
    • confecção de iscas pets para captura de enxames
    • os melhores locais para instalação das iscas e dicas para acompanhamento
  3. Instale e monitore as iscas até que obtenha alguma captura. Lembre-se, paciência é nossa principal aliada.
  4. Registre cada etapa do processo, incluindo seus estudos, descobertas, e respostas a autorização solicitada, fotografias da elaboração e instalação das iscas. 

Observação: Possivelmente você entregará o portfólio sem que tenha realizado alguma captura, mas não abandone o projeto. Continue monitorando suas iscas e, oportunamente, você terá uma linda surpresa. Então, siga pesquisando sobre o tema, aprenda a fazer a transferência das colmeias capturadas para caixas racionais, dando início ao Meliponário de sua escola ou comunidade. 

Além da ação de meliponário:

Educação Ambiental sobre Polinização

Você pode solicitar a sua escola para integrar o meliponário ao currículo escolar, oferecendo aos alunos a oportunidade de aprender sobre a importância das abelhas nativas na polinização de plantas e na manutenção da biodiversidade. Isso pode incluir a realização de palestras, atividades práticas e projetos de pesquisa sobre o papel das abelhas na ecologia dos ecossistemas.

Vivências Interculturais

Promova encontros interculturais entre comunidades indígenas e não indígenas ou tradicionais, gerando intercâmbio de conhecimento através do compartilhamento de histórias e tradições, colaborando para o desenvolvimento de projetos de preservação de territórios e recursos naturais.

Recuperação de Áreas Degradadas

Utilize o meliponário como uma ferramenta para a restauração ecológica de áreas degradadas nas instalações da escola ou em áreas adjacentes. As abelhas nativas podem ajudar na polinização de plantas nativas e na recuperação da vegetação local, contribuindo para a restauração de habitats e o aumento da biodiversidade.

Produção de Mel Sustentável

Promova a produção de mel de forma sustentável, utilizando técnicas de manejo que respeitem o ciclo natural das abelhas e evitem o uso de substâncias químicas prejudiciais ao meio ambiente. Todos podem aprender sobre os processos de produção de mel, desde a coleta do néctar até a extração e armazenamento do produto final

Monitoramento Ambiental Participativo

  1. Estabeleça programas de monitoramento ambiental participativo que envolvam seus colegas e demais estudantes da escola na coleta de dados sobre a saúde das colmeias, a biodiversidade das áreas adjacentes e os impactos das abelhas na polinização de plantas. Essas informações podem ser utilizadas para orientar ações de conservação e manejo do meliponário de forma mais eficaz.
  2. Realize projetos de pesquisa sobre o papel das abelhas na ecologia dos ecossistemas locais e investigarem quais espécies de plantas dependem principalmente da polinização por abelhas, os impactos da perda de habitat nas populações de abelhas e criar um canal de comunicação na escola para divulgação.
  3. Visitas a um Meliponário: Agendar visitas guiadas ao meliponário (pode ser o da própria escola, caso ainda não esteja em funcionamento, a visita pode ser em outros espaços que tenham o desenvolvimento de mel sustentável), onde os alunos possam observar as abelhas-sem-ferrão em ação e aprender sobre sua biologia e comportamento de polinização e participar das ações de manejo.
  4. Promova a diversidade de floração ao redor das colmeias, garantindo que as abelhas tenham acesso a uma variedade de flores ao longo do ano. Isso não apenas aumenta a produção de mel, mas também contribui para a saúde e a diversidade genética das colônias. 
  5. Desenvolva material didático, como cartilhas, vídeos educativos ou jogos, que possam ser utilizados pelos professores para complementar as aulas sobre polinização e conservação das abelhas.
  6. Construa de sistemas agroflorestais (SAF) com a ajuda da comunidade escolar em espaços que possam ter essa destinação, apoiando práticas agrícolas tradicionais indígenas que promovem a biodiversidade e a sustentabilidade. Estabeleça parcerias com comunidades indígenas locais para desenvolver projetos conjuntos de conservação ambiental.
  7. Forme um comitê organizador composto por professores, alunos e membros da comunidade interessados na conservação das abelhas, na produção de mel sustentável e na restauração de ecossistemas que possa organizar uma feira ambiental na escola com: 
  • A participação de apicultores locais indígenas e não indígenas que praticam a produção de mel sustentável e outros produtos para participarem da feira, expondo seus produtos e compartilhando suas práticas de manejo responsável.
  • Criação de uma área dedicada à degustação de diferentes tipos de mel, onde os visitantes podem experimentar e comparar sabores de mel produzidos localmente.
  • Engajamento da mídia local para cobertura do evento e disseminação das mensagens sobre a importância da produção de mel sustentável e conservação das abelhas.

Fontes de pesquisa e inspiração

Site apresenta informações básicas sobre as abelhas nativas e te direciona para vídeos usados nos cursos oferecidos pela EMBRAPA – https://abelha.org.br/embrapa-e-abelha-curso-abelhas-sem-ferrao/

Legislação sobre abelhas, sua proteção e criação – https://abelha.org.br/saiba-mais-legislacao/

GEFAU/SIMA-SP para obter autorização de instalação de iscas. Consulte o órgão responsável em seu estado – https://www.sigam.ambiente.sp.gov.br/sigam3/Default.aspx?idPagina=12244

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