Plano de ação 19

Mapa da ação do ser humano na natureza

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Temas formativos relacionados: Técnicas de restauração, Comunidades, Mudanças climáticas.

O tempo todo ouvimos que precisamos nos conectar com a natureza ou viver mais perto dela. Talvez porque viver em cidades traz a sensação de que a natureza está distante de nós. Mas isso não é verdade. A natureza, entendida como o conjunto dos elementos naturais bióticos e abióticos, seus processos e interações não estão ausentes das cidades. O fato é que as cidades são ecossistemas pouco convidativos para a maioria das espécies vivas. Cidades são ambientes onde o grau de interferência humana atinge um nível máximo. Mas o que faz deste ambiente, onde vivem mais de 80% da população brasileira, tão pouco convidativo para tantas espécies e para a nossa própria vida?

Desafios: 

  1. Compreender que nosso meio, mesmo se for urbano, é composto de elementos naturais bióticos (os seres vivos) e abióticos (temperatura, relevo, chuvas, etc). 
  2. Identificar ações humanas sobre o ambiente que alteram a dinâmica dos processos naturais e podem provocar danos e riscos.
  3. Ler e interpretar mapas, relacionar os arranjos espaciais, o uso do solo e outras intervenções do homem com mudanças no meio ambiente
  4. Ampliar as áreas de natureza a partir do mapa criado

Para realizar o desafio é importante entender sobre

  • Paisagens naturais e paisagens humanizadas
  • Ecologia, nicho ecológico, cadeia alimentar
  • Formas de poluição urbana (sonora, atmosférica, luminosa) 
  • Ocupação e uso do solo nas cidades
  • Saneamento e resíduos
  • Problemas ambientais urbanos, saúde e qualidade de vida
  • Escassez hídrica

Atividade sugerida

Elaboração de um croqui cartográfico para diagnóstico da qualidade de vida com base na interpretação de imagem aérea (Google Earth).

Para entender o que é um croqui e as etapas de sua confecção consulte a primeira indicação das fontes de pesquisa. Você verá que, como em qualquer mapa, o tema representado varia conforme o interesse de quem o faz. Desta forma, você e sua equipe deverão usar todos os conhecimentos prévios e refletir sobre quais aspectos do ambiente urbano mais afetam negativamente a qualidade de vida e, então, mapeá-los.
Uma opção é utilizar o issuu para a elaboração do croqui. 

Etapas:

  1. Determine a área que será mapeada. Ela não pode ser muito grande para facilitar o mapeamento. Converse com seus professores sobre a proposta para fazer uma boa escolha.
  2. Considerando a área / comunidade escolhida, converse com diferentes pessoas da comunidade sobre os aspectos da vida urbana que elas menos gostam, pergunte pelos problemas urbanos que afetam sua qualidade de vida. Os mais comuns em grandes cidades é trânsito excessivo, falta de equipamentos de lazer e áreas verdes, poluição do ar, do solo, da água e sonora, enchentes, proliferação de animais indesejados, etc. É importante lembrar que cada um desses tem causas e consequências específicas. Em cidades pequenas, próximas a áreas agrícolas, de mineração, aterros sanitários ou indústrias, podem sugerir outras respostas. Por isso, cuidado para não induzir as respostas. Quanto mais pessoas você consultar, melhor. E se forem pessoas de diferentes idades, gêneros e origens étnicas, melhor ainda. Seu inventário prévio terá maior representatividade! 
  3. Questione seus entrevistados sobre possíveis soluções para os problemas que apontarem. Anote tudo e perceba a importância da participação popular e da escuta quando se pretende melhorar a vida em uma comunidade.
  4. Localize no território onde estão os entrevistados e os problemas apontados por eles. Para isso, faça uma lista enumerando os problemas apontados e indique no croqui “rascunho” ou simplesmente uma imagem impressa do Google Maps de cada localização. Tome nota de tudo que for importante ou mesmo, grave as conversas para ouvir novamente se necessário. Nesse caso, peça consentimento antes de começar a gravar.
  5. A partir da lista de problemas enumerados, proponha uma classificação dos problemas apontados. Feito isso, organize a legenda do croqui
  6. Seguindo os passos do tutorial em vídeo nas sugestões de fontes de pesquisa (no site, a gente pode pôr o link direto para esse pedaço), desenhe o croqui da área em estudo.
  7. Elabore um texto síntese, mostrando como a alteração dos aspectos naturais e as intervenções humanas afetam a qualidade de vida urbana. Ao final do texto, apresente estratégias inovadoras para restaurar a qualidade de vida por meio de ações de restauração ambiental. As mais tradicionais são: arborização urbana, recuperação de nascentes, revitalização de praças e parques por meio de ações comunitárias, criação de hortas comunitárias, etc. 

Para ter boas propostas não se esqueça que: 

  • É importante conhecer a causa dos problemas e se antecipar a eles. 
  • Considerar inaceitável qualquer ação degradante é um bom começo para evitar problemas futuros. A realidade demonstra que prevenir é sempre mais barato do que remediar. 
  • Deter o avanço de um problema como contaminação do solo e lençol freático, por exemplo, é um bom começo
  • Oferecer pouso e abrigo para espécies nativas afetadas pela perda de habitats ajuda a restabelecer as interações ecológicas em áreas em regeneração.

Para ir além em seu mapeamento:

  1. Criação de novas áreas verdes / Arborização urbana:
  • Propor ações de plantio de árvores em áreas urbanas carentes de vegetação;
  • Envolver a comunidade no plantio e cuidado das árvores para promover um senso de responsabilidade compartilhada;
  • Além da arborização urbana, considere a criação de jardins verticais e canteiros de flores como formas de restaurar espaços urbanos degradados. Essas áreas verdes não apenas melhoram a estética, mas também proporcionam habitat para a vida selvagem e contribuem para a redução da poluição do ar.
  1. Recuperação de áreas degradadas:
  • Identificar áreas degradadas, como terrenos baldios ou margens de rios poluídos, e propor planos de recuperação;
  • Priorizar a restauração de córregos e canais urbanos, transformando áreas degradadas em corredores ecológicos, promovendo a biodiversidade e ajudando na recarga de lençóis freáticos. A vegetação ribeirinha e a limpeza dos cursos d’água são essenciais para melhorar a qualidade da água e criar habitats saudáveis para a vida aquática;
  • Implementar técnicas de bioengenharia para estabilização de encostas e controle da erosão.
  1. Revitalização de espaços públicos:
  • O seu mapa pode ajudar a desenvolver projetos de revitalização de praças e parques, compartilhe suas descobertas com a comunidade local e participe de atividades para manutenção de espaços verdes;
  • Procurar a recuperação de espaços públicos abandonados, como terrenos baldios e áreas degradadas, transformando-os em locais de convivência comunitária, espaços de lazer e áreas de recreação ao ar livre.
  • Estimular a criação de hortas comunitárias em áreas urbanas subutilizadas;
  • Promover a educação ambiental e alimentar, incentivando o cultivo de alimentos orgânicos e a redução do desperdício.
  1. Promoção da biodiversidade urbana:
  • Incentive a reintrodução de espécies nativas em ambientes urbanos, criando corredores ecológicos e promovendo a diversidade biológica. A introdução de abrigos para animais, como caixas-ninho para aves e morcegos, pode ajudar a restaurar a biodiversidade local.

Para seu registro de ação:

  1. Diário fotográfico interativo:
  • Crie um diário fotográfico online ou em formato físico, documentando todas as etapas do projeto de restauração, desde a identificação dos problemas até a implementação das soluções. Inclua fotos antes e depois, imagens das atividades de campo, e depoimentos da comunidade envolvida.
  1. Plataforma de mapeamento colaborativo:
  • Desenvolva uma plataforma online de mapeamento colaborativo, onde membros da comunidade possam registrar problemas ambientais, áreas degradadas e iniciativas de restauração em tempo real. Isso permite uma monitorização contínua das ações e promove a participação ativa dos cidadãos na gestão ambiental urbana.
  1. Vídeos educativos e documentários:
  • Produza vídeos educativos e documentários curtos sobre o processo de restauração e as questões ambientais urbanas abordadas. Esses vídeos podem ser compartilhados em redes sociais, apresentações comunitárias e eventos escolares para sensibilizar e engajar um público mais amplo.
  1. Relatório de impacto social e ambiental:
  • Elaborar um relatório detalhado que avalie o impacto social e ambiental das intervenções propostas;
  • Incluir análises de custo-benefício e medidas de sucesso para acompanhar o progresso ao longo do tempo.
  1. Banco de dados de boas práticas:
  • Crie um banco de dados online com informações detalhadas sobre boas práticas de restauração ambiental urbana, incluindo técnicas, materiais utilizados, custos, e resultados alcançados. Isso pode servir como um recurso valioso para inspirar e orientar futuros projetos de restauração em outras comunidades.
  1. Monitoramento e avaliação contínua:
  • Estabelecer um sistema de monitoramento contínuo para avaliar o progresso das ações de restauração ao longo do tempo;
  • Realizar avaliações periódicas para ajustar estratégias conforme necessário e garantir a sustentabilidade a longo prazo.

Fontes para pesquisa e inspiração: 

Como fazer um croqui

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