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E se a natureza cobrasse pelos benefícios oferecidos a nós, seres humanos? Afinal, é ela quem proporciona condições ideais para a nossa sobrevivência no planeta. O ar que respiramos, os recursos extraídos para construção das nossas casas, fabricação das nossas roupas, além da matéria prima para os alimentos, medicamentos e cosméticos que consumimos. Porém, tudo isso que está tão ligado ao nosso bem-estar, nem sempre é percebido na nossa rotina diária.  

Além desses valores diretos, encontramos no ambiente natural uma fonte de inspiração artística, onde a exuberância animal e vegetal ganha formas nas mãos do habilidoso pintor ou é exaltada em canções e versos. Temos ainda o privilégio de desfrutar uma relaxante caminhada na beira da praia, por exemplo, trazendo inúmeros benefícios para a nossa saúde física e mental. 

Para facilitar o entendimento, os serviços são classificados em categorias: 

• Serviços de provisão: materiais fornecidos pela natureza e extraídos para o nosso consumo direto. A produção da merenda escolar, por exemplo, depende dos recursos de origem animal, vegetal e mineral para ser produzida. O ideal é valorizar agricultores locais na compra desse material. 
• Serviços de suporte: criam possibilidades para a existência e manutenção dos outros serviços acontecerem. A preservação do patrimônio genético, por exemplo, garante a existência das plantas e animais nas gerações futuras.  
• Serviços culturais: não menos importante, os bens não materiais da natureza impactam positivamente a qualidade de vida humana. Aqui, falamos de experiências que promovem o enriquecimento espiritual, intelectual e estético por meio da recreação, do turismo e da pesquisa científica, por exemplo. 
• Serviços de regulação: como a natureza envolve processos complexos e interligados, alguns serviços dos quais somos beneficiados, na verdade existem para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. A ação dos manguezais protegendo a costa das tempestades e purificação do ar através das árvores, exemplificam isso. 

Extrair e consumir esses recursos, no entanto, traz uma grande responsabilidade. E é esse “preço” que a natureza cobra de nós. Se eu gosto tanto da sombra refrescante e dos frutos deliciosos que as árvores na minha escola proporcionam, cabe a mim cuidar delas. Da mesma forma, os nossos hábitos também podem ser revistos de modo que tragam o menor impacto possível ao ambiente que nos rodeia, buscando sempre a restauração do que foi degradado e a preservação do que ainda existe. Afinal, a nossa ligação com os ciclos naturais nos mantém dependentes desse equilíbrio tão necessário.