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Decorrente de nossa organização socioeconômica hegemônica, assistimos o colapso de um delicado e complexo sistema de interações entre fenômenos físicos, químicos, biológicos e sociais. A ação humana predatória organiza também a distribuição da riqueza produzida e, com ela, o grau de vulnerabilidade de diferentes comunidades aos efeitos catastróficos das mudanças climáticas.
Não importa onde, nas áreas urbanas ou rurais, os efeitos da crise climática alertam associações, movimentos sociais, cooperativas e coletivos, enquanto sujeitos políticos de direito, a participarem nas tomadas de decisão que impactam suas vidas. Temos por outro lado, bons exemplos, como quilombolas, pequenos agricultores, comunidades tradicionais extrativistas e claro, os indígenas, que merecem ser estudados como outras possibilidades.
Para se ter uma ideia, as mudanças climáticas, a perda de habitats e a escassez hídrica podem afetar a produtividade agrícola, ocasionando aumento no preço dos alimentos e fome para comunidades historicamente racializadas e discriminadas, como quilombolas, ribeirinhos, caiçaras, quebradeiras de coco, pequenos agricultores familiares e populações urbanas periféricas. Sem falar nos eventos climáticos extremos que empurram milhões de pessoas para a pobreza.
Essas comunidades são quem melhor conhecem seus territórios, seus recursos e as dinâmicas ambientais. Elas podem desempenhar um importante papel em projetos de conservação e restauração graças à sociobiodiversidade que seus saberes expressam e à agrobiodiversidade de suas roças e quintais É a elas que o Estado e suas instituições deveriam responder em primeira instância, pois, as necessidades socioeconômicas são satisfeitas, muitos vetores de poluição e degradação, como caça e pesca predatória, desmatamento, poluição dos mananciais e outros são atenuados ou eliminados.
Para esses grupos, a perda de seus ambientes é uma forma cruel de negar a elas o direito de viver segundo seus modos de vida. Portanto é preciso intensificar o diálogo entre governos, setores econômicos e as comunidades como estratégia essencial para o enfrentamento dos problemas ambientais e para se alcançar a justiça climática.
E, finalmente, é preciso considerar que governos e empresas são compostas de pessoas dotadas de valores, crenças e interesses específicos e nós, obviamente, temos os nossos. É preciso refletir sobre como aderimos ao modelo dominante de produção/consumo. É preciso refletir sobre as consequências de nossas escolhas e, como participantes de diferentes comunidades, temos temos um papel ativo a desempenhar, coletivamente.
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