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COMUNIDADES

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Onde quer que se possa estar, como seres humanos, estaremos em comunidade. É socialmente que organizamos nossa vida, nossa economia, nossa casa (inclusive, a partícula “eco” deriva de “oiko” que em grego antigo significa “casa”). Infelizmente, há sinais evidentes de que nos organizamos mal,  pelo menos na forma de organização que hoje predomina, baseada em um crescimento econômico sem limites. Os problemas ambientais são agravados pela pobreza e a pobreza agrava os problemas ambientais. Para mudar essa realidade, precisamos ter as comunidades no centro dos debates ambientais socioambientais, com participação e representação política, e também olhar mais para as comunidades que se mantém há séculos em outras interações com a natureza: as comunidades tradicionais.

Decorrente de nossa organização socioeconômica hegemônica, assistimos o colapso de um delicado e complexo sistema de interações entre fenômenos físicos, químicos, biológicos e sociais. A ação humana predatória organiza também a distribuição da riqueza produzida e, com ela, o grau de vulnerabilidade de diferentes comunidades aos efeitos catastróficos das mudanças climáticas. 

Não importa onde, nas áreas urbanas ou rurais, os efeitos da crise climática alertam associações, movimentos sociais, cooperativas e coletivos, enquanto sujeitos políticos de direito, a participarem nas tomadas de decisão que impactam suas vidas. Temos por outro lado, bons exemplos, como quilombolas, pequenos agricultores, comunidades tradicionais extrativistas e claro, os indígenas, que merecem ser estudados como outras possibilidades. 

Para se ter uma ideia, as mudanças climáticas, a perda de habitats e a escassez hídrica podem afetar a produtividade agrícola, ocasionando aumento no preço dos alimentos e fome para comunidades historicamente racializadas e discriminadas, como quilombolas, ribeirinhos, caiçaras, quebradeiras de coco, pequenos agricultores familiares e populações urbanas periféricas. Sem falar nos eventos climáticos extremos que empurram milhões de pessoas para a pobreza.  

Essas comunidades são quem melhor conhecem seus territórios, seus recursos e as dinâmicas ambientais. Elas podem desempenhar um importante papel em projetos de conservação e restauração graças à sociobiodiversidade que seus saberes expressam e à agrobiodiversidade de suas roças e quintais É a elas que o Estado e suas instituições deveriam responder em primeira instância, pois, as necessidades socioeconômicas são satisfeitas, muitos vetores de poluição e degradação, como caça e pesca predatória, desmatamento, poluição dos mananciais e outros são atenuados ou eliminados.  

Para esses grupos, a perda de seus ambientes é uma forma cruel de negar a elas o direito de viver segundo seus modos de vida. Portanto é preciso intensificar o diálogo entre governos, setores econômicos e as comunidades como estratégia essencial para o enfrentamento dos problemas ambientais e para se alcançar a justiça climática. 

E, finalmente, é preciso considerar que governos e empresas são compostas de pessoas dotadas de valores, crenças e interesses específicos e nós, obviamente, temos os nossos. É preciso refletir sobre como aderimos ao modelo dominante de produção/consumo. É preciso refletir sobre as consequências de nossas escolhas e, como participantes de diferentes comunidades, temos temos um papel ativo a desempenhar, coletivamente. 

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